domingo, 1 de março de 2015

Poema Vago


Ao primeiro toque
Se abriu a porta dos sonhos
(e eu que pensava ter perdido a chave há tanto tempo...).
Soltaram-se as bruxas
E os antigos fantasmas
Habitavam o meu lar novamente.
Idéias e lembranças
Já não me pertenciam,
Voavam pelo espaço vago do meu quarto.
E eu, inconsciente, perplexa, via:
- A caixa de vidro inviolável se partira! -
(e eu que achava que ela já não existia...)
Sem que eu quisesse
Minha respiração se tornou mais ofegante,
As palavras que eu havia calado, fluíram
Meu sorriso voltou a reinar
E brilho morno apagado em meus olhos, ressurgiu.
E foi aí que percebi!
Me senti fora de mim,
Como se houvesse uma revolução em meu corpo.
Eu, a dona do mundo e verdade,
Poderosa e soberana dos sentimentos
Me vi incapaz de controlar meus sentidos.
Eu, a indiferente, me vi sonhando,
Revendo o passado,
Eu, a forte e fria, me vi desamparada chorando.
Eu não tinha poder sobre a caixinha dos sentimentos.
Ela não me pertencia, não tinha dono, nem chave,.
Não era de vidro inviolável como eu pensava.
Ela se abre e libera os sonhos
Quando ela quer.
E só então eu me dei conta da minha fraqueza.

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