terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Encontro


O olhar será nossa linguagem
O toque nossa profissão
Carinho uma necessidade
O desejo nossa religião
O beijo será nosso alimento
Saudade o eterno laço
O amor vai parar o tempo
E tornar infinito nosso abraço

O Fim


Em que dia aquele brilho
Se apagou em nossos olhos?
Quando deixamos
De fazer planos e sonhar?
Em que segundo
O sorriso se entregou ao pranto?
E quando deixamos
De nos ver como um par?

Nem sabemos
Qual era a nossa música...
Que dia deixamos de viver
Nossa história de amor?
Foi quando perdemos o medo
De nos perder,
Que a alegria deu lugar à dor?

Em que minuto
Esgotaram-se os carinhos?
A todo instante
Vejo a nossa paz por um triz...
Mesmo juntos
Nos sentimos sozinhos...
Em que momento
Deixei de ser feliz?

Definitivo


Ainda não havia amanhecido
Quando ela acordou de repente.
Não conseguiu mais dormir,
O rio não lhe saía da cabeça...
Pensou na sua vida,
Na rotina de todo dia,
Nos sonhos que abriu mão,
Nos planos que não deram certo,
No amor impossível...
Pensou no rio.
Lembrou dos pais, dos irmãos,
Dos amigos...
A idéia fixa, o rio.
O rio sempre o rio.
Que segue seu curso indifierente a tudo.
E ela resolveu sair.
Olhou com ar de despedida,
A vida que deixava.
O marido, olhou com carinho,
Os filhos, com ternura
E por pouco não desistiu...
Saiu como estava
De camisola e descalça.
Andou pelas ruas escuras, desertas
Fez o percurso de todos os dias
Sem pressa...
Na mente o rio que não pára...
Reencontrá-lo deu a paz que esperava.
E mergulhou no rio sem medo
Atrás da liberdade sonhada.
Águas queridas
Mergulho no adeus
Definitivo...

A Vida É Assim


Resta um esperança?
Uma luz no fim de tudo?
Ideal de ser feliz...
Conhecer-te pouco a pouco
Altera meu sono
Mas renova as energias.
Levo-te comigo
Como coisa rara.
Ser feliz, querer ser feliz...
Ontem, hoje, sempre.
Devo ou não devo?
Uma eterna pergunta
A me perseguir.
Resolvo o impasse
Transformando sentimentos
Em cartas e poemas.
Busco explicar o que não se explica.
Que carinhos são só carinhos...
Concordo que parece loucura
Felizmente ou infelizmente sou assim.
Talvez não te reencontre.
Talvez seja mesmo impossível...
Fazer o quê?
A vida é assim...

2000

Regresso


Eu preciso escrever
Pra voltar a ver,
Voltar a ter,
Voltar a ser.
Meu coração anda às cegas.
Me falta ternura.
Já nem sei quem eu era...
Eu preciso escrever
Pra voltar a mim,
À minha essência.
Palavra, sentimento, letra,
Papel, emoção, caneta
Quero de volta a ternura
No olhar, no tocar
No sentir, no existir.
Quero ser como eu era:
Autêntica.
Embora pareça loucura,
A tristeza necessária pra poesia existir
Me cura da necessidade que tenho
De ser diferente, singular...
Eu preciso escrever
Pra me resgatar desse abismo
De ser apenas mais um.
Eu preciso voltar a escrever
Pra recuperar o dom, a magia
De transformar o cotidiano
Em poesia.

2002

Acróstico


Sorriso contagiante
Amigo verdadeiro
Meu amorzinho
Um sonho de menino
Especial e generoso
Luz no meu caminho

2000

Sono


Eu tenho um sono enorme...
Quando meu filho adormece
É como se o mundo se apagasse.
Me vem um sono imenso
Como se viver
Fosse entediante.

01/03/2001

Liberdade


Seguir o coração
Fazer o que se quer
Quebrar grades e algemas
Que impeçam viver
Criar coragem
Romper com o passado
Não olhar pra trás
Correr mundo
Correr perigo
Tendo consciência disso
Permitir pequenas loucuras
Respeitar se respeitando
Amar não se anulando
Ter a doce sensação
De ser apenas você
E desde então
Vejo o céu mais azul
O mundo mais colorido
Sopra em mim um vendaval
Chamado liberdade
E ouço sinos de vento
Vibrando esperança
Dentro de mim