Na hora mais triste do dia,
Instante exato em que o sol se põe por completo
E não há uma única luz da cidade acesa,
Me veio a inspiração.
Meu poema nasceu no meu último instante de lucidez,
Pouco antes de ser completamente absorvida
Por uma loucura sadia.
A loucura de viver!
Meu poema tinha gosto
De verdades que precisam ser ditas.
Foi escrito enquanto eu vivia o mais alto grau de solidão
E aspirava aos desejos mais simples.
Eu queria ler livros, cuidar de plantas,
Ouvir velhas canções, rever amigos.
Não se percebe se meu poema
É alegre ou triste.
Veio ainda com influências
Da minha eterna indecisão
(o fato de ser geminiana, justifica?).
Enquanto eu buscava solução
Para todos os meus problemas
E me afundava mais neles,
O poema nasceu.
Chegou no momento em que eu tentava
Me libertar de correntes que me prendiam há tempos.
Foi regado com as lágrimas
Que por orgulho eu deixei de chorar
E cercado pelos sorrisos
Que por receio eu deixei de sorrir.
Mas, o poema nasceu,
Fruto dos meus sonhos e ideais,
Como um intruso talvez,
Um filho não planejado
Mas que se ama apesar de tudo.
Foi meu maior grito de revolta
E meu mais sincero desejo de liberdade.
A razão de ter sido o mais lindo?
No meu de tanta tristeza
Ainda houve inspiração para escrever...
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