segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Esperar sem jamais desistir


Um dia, andaremos de mãos dadas pela praia
E o pôr do sol será mais que um retrato.
Um dia, adormeceremos lado a lado,
E eu saberei a alegria de acordar em seus braços.
Juntos ouviremos nossa Ária de Bach,
Teremos filhos e bichos
E plantaremos flores num mesmo jardim.
Quero contigo o sabor das coisas simples...
Minhas mãos continuarão carregadas de carinho
E meus beijos eternamente à espera de sua boca,
E um dia, entre carinhos, beijos e abraços,
Consumaremos a felicidade do ato.
É certo, teremos futuro, presente e passado.
Meu amor irá além de cartas sem resposta
E teu amor será o que foi feito para mim.
Só hoje descobri
Que sonhos se realizam, sim.
Viver esse amor é meu sonho!

A Casa Materna


De longe se vê bougain villes em flor.
Há ferrugem nas grades do portão.
Latidos anunciam toda chegada.
Na entrada, a imagem paterna com flores.
Anjos bordados, miniaturas, livros,
Histórias em cada bibelô.
Na estante, o Tesouro da Juventude,
Rostos amados nos porta-retratos,
Os Santos todos e uma vela acesa
Sempre que é preciso.
Em cada quarto, uma saudade...
A casa se divide em dois mundos.
Um, onde se passa a vida presente.
Outro, onde vive a memória de tudo.
A mesa farta, sempre posta
E o cheiro bom dos sabores da casa:
Bolo de rolo, pudim da Vitória, pastel de nata.
O pequeno quintal mais verde que todos!
Pitanga, pinha, manacá.
Flores para os beija-flores,
Comida e carinho para gatos e pardais.
O tempo passa,
Mas não tira a beleza materna,
Não desfaz a união dos filhos,
Nem diminui a saudade do pai.
Agora, juntos à mesa
Vibram também vozes infantis
E ainda somos uma família feliz.

2002
(adaptação d' A Casa Materna de Vinicius para a minha Casa Materna...)