segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A Casa Materna


De longe se vê bougain villes em flor.
Há ferrugem nas grades do portão.
Latidos anunciam toda chegada.
Na entrada, a imagem paterna com flores.
Anjos bordados, miniaturas, livros,
Histórias em cada bibelô.
Na estante, o Tesouro da Juventude,
Rostos amados nos porta-retratos,
Os Santos todos e uma vela acesa
Sempre que é preciso.
Em cada quarto, uma saudade...
A casa se divide em dois mundos.
Um, onde se passa a vida presente.
Outro, onde vive a memória de tudo.
A mesa farta, sempre posta
E o cheiro bom dos sabores da casa:
Bolo de rolo, pudim da Vitória, pastel de nata.
O pequeno quintal mais verde que todos!
Pitanga, pinha, manacá.
Flores para os beija-flores,
Comida e carinho para gatos e pardais.
O tempo passa,
Mas não tira a beleza materna,
Não desfaz a união dos filhos,
Nem diminui a saudade do pai.
Agora, juntos à mesa
Vibram também vozes infantis
E ainda somos uma família feliz.

2002
(adaptação d' A Casa Materna de Vinicius para a minha Casa Materna...)

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