quarta-feira, 19 de junho de 2013

PLAGIANDO VINÍCIUS



WAGNER QUE ME PERDOE,
MAS CHICO É FUNDAMENTAL...

sábado, 8 de junho de 2013

Pai

Chove sem parar
Chuva mansa
Natal triste
Coração vazio
Saudade dele
É Natal
Eu não queria
Falar em tristeza
Lembrar de tristeza
Pensar em tristeza
Fazer o quê?
Natal é tristeza
Saudade dele.

A dor continua
Tudo vem à memória
Tenho vontade de chorar
Uma saudade grande dele
Eu queria ter notícias
Saber se ele está bem
Eu rezo
Ponho flores em seu retrato
Vejo seus perences
Saudade imensa dele.

Saudade de ouvir meu nome
Com o sotaque carregado
De ouvir me chamar de flor
Gardênia
Do pinicar da barba dele
Ao me dar beijos
O bater de leve em minhas costas
As mãos macias
Mãos de intelectual
Saudade do cheiro dele.

O cheiro dele,
Um perfume...
Vovô cheiroso
Saudade da atenção
Que ele me dava
E era tanta...
Saudade das palavras
Que por mim
Nunca mais foram ditas:
Papai
Paizão
Pai
Meu pai

Que falta ele me faz...

(dezembro 1993)

Enigma


Eu não sei qual chave abre
E nem sei se a porta é essa
Não sei se vou ou fico
Se estou errada ou certa

É preciso ver com a alma
Aonde a visão não alcança
Eu ainda não sei a resposta
Tento ter esperança

Preciso decifrar o enigma
Escutar o que diz o coração
Eu não captei o sentido
Deve ter explicação

Não sei se a bebida que mata
É a mesma que cura
Tento ler nas entrelinhas
Letras que me fogem à leitura

E vou seguindo
Lutando, vivendo enfim
Mas, à noite sozinha
A consciência me pesa:

-O que estou fazendo aqui?!

Contra Tempo (01-06-1990)

O tempo passa
A gente cresce
E se sente
Cada dia
Menor
Cada dia
Mais desprotegida
Queria sumir
Me encolher
Me recolher
De novo ao ventre
Pensar duas vezes
Antes de renascer.

Meu Poema Filho

Você merecia um poema
Pedacinho de mim
Cheiro de jasmim
Início de primavera
Para mim você é assim
Chegou na hora certa
Para me fazer feliz
Eu te amo tanto
Que bons sentimentos
Como paz e alegria
Transbordam em mim

(junho de 1997)

Um Ano

Um ano de sonho.
Um ano de esperança.
Um ano...
Nesse ano tanta coisa aconteceu...
Tanta coisa podia ter acontecido...
Afinal, em menos de um ano,
Se gera um filho.
Depois de um ano:
A desesperança.
Hora de varrer o passado,
De dar a volta por cima.
Fechar tudo.
Trancar a porta,
Mas não à chave.
Não esquecer
De deixar a luz acesa
Para você achar meu rumo
Se algum dia
Quiser voltar
Quiser ficar e
Ainda me quiser.

(1994)

Reflexões

Eu tenho comigo uma teoria sem pé nem cabeça, essas coisas que só se sentem com o coração.
"Coisas de Charmene..." dirão.
Para mim o certo seria morrer no dia do aniversário, para fechar o ciclo, de morte natural.
Se for um mês antes ou depois, ainda está no prazo.
Não houve falha do destino.
Papai morreu em 27 de dezembro, aniversario em 22 de janeiro.
Estava certo...
Mamãe não...
Morreu dia 26 de junho, longe demais de 06 de novembro...
Perto demais do nascimento de Davi, 28 de junho.
Houve um erro do destino.
Ou foi o jeito que Mamãe encontrou de me deixar para sempre "coitadinha".

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Oração



Nossa Senhora dos Inocentes,
Vela o sono dos pais que dormem tranquilos
Enquanto seus filhos
Fazem loucuras ao luar.

Protege da dor...

Senhora Nossa dos Inocentes
Veda com tuas mãos os olhos dos pais
Que estão perto de ver
O que seus filhos realmente são.

Evita tanto sofrimento...

Senhora minha, põe a tua vontade
Contra o perigo que cerca esses jovens
Dos "pegas" e "pós".

Evita tanta tristeza...

Senhora Mãe dos Inocentes,
Perdoa esses jovens,
Seus sonhos e loucuras,
Talvez nem saibam o que fazem...

E bendito seja todo arrependimento.


Divagações (aérea)


Aonde estou,
Podem até me perguntar.
Meu olhar anda perdido
E as pessoas não entendem...
Eu viajo muito,
No tempo, no espaço.
Venço barreiras,
Derrubo distancias.
Talvez você nem perceba,
Mas eu estou do seu lado,
Junto de você.
Analiso seu rosto,
Seu sorriso, seus traços.
Faz tempo que não nos vemos,
Que saudade de você!
Faz falta o seu papo,
O seu ombro, o seu abraço,
O amigo que eu tenho em você.
Precisava lhe ver...
A poesia morria aos poucos em mim,
Pensava já não saber escrever.
Hoje, quando o telefone tocou,
Meu coração disparou,
Os sintomas voltaram
E eu sabia que era você.
Eu me sinto na obrigação
De te provar mil coisas,
De te pedir desculpas.
Meu coração anda vazio
E você não se habilita.
É preciso que você
Reacredite na minha amizade
Para aceitar o meu amor.



Setembro


É quase primavera.
Eu tenho tanta coisa pra dizer...
Coisas minhas, coisas lindas,
Que eu guardo comigo há tempos
E andam adormecidas.
Falta um estímulo,
Um carinho, um sorriso, uma atenção.
Cartas que não chegam,
O telefone que não toca,
Surpresas que nunca me acontecem.
Eu precisava desabafar,
Botar pra fora todo o amargo
E deixar fluir o doce
Que é realmente a minha essência.
Eu ando tão triste.
Eu ando sempre tão triste
Que chego a achar natural
Tanto sofrimento.
Como se chorar e sofrer
Fosse meu estado habitual
E não é !!!
Eu tencionava escrever uma carta-poema,
Deixar cair gotas de poesia,
Botar segredos nas entrelinhas,
Derramar toda espécie de alegria
E te emocionar.
Mas, não pude.
Tudo culpa do amor.
Todo romance oferece perigo
Se começamos a gostar.
Eu ando triste é comigo,
Por dentro mudei de cor,
Estava tudo tão bonito, tudo azul...
De repente, cinza, negro, marrom.
Agora, é questão de tempo.
Logo eu me recupero.
É só arrumar um novo amor
Pra curar essa ferida
E abrir outras,
Pra matar essa saudade
E deixar outra.

Que ironia,
É primavera quase...

Lembranças do Passado


Que coisa doída é o passado,
Como rever livros, cartas, retratos,
Sem sentir saudade?
Sem chorar?
Ah, se eu conseguisse jogar tudo fora
Sem olhar pra trás...
Talvez eu não sofresse mais...
Ilusão!
Como apagar lembranças da mente,
Sentimentos do coração?
Se eu pudesse voltar no tempo,
O suficiente
Pra me despedir dos que se foram,
Dar um abraço mais apertado,
Pedir desculpas nos momentos
Em que o orgulho me venceu.
Rever tudo, todos.
Maldito coração que não esquece!
Malditas lembranças que não se apagam!
E pensar que ainda ontem,
Eu me julgava feliz...
Feliz?!
Ninguém é feliz
Se vez ou outra revolve o passado
E sente saudade...
Ninguém é feliz
Se guarda livros, cartas, retratos...

(poema antigo)

Saudade Louca


No primeiro minuto sem você,
Por 60 segundos fiquei sem ar.

Na primeira hora sem você,
Por 60 minutos saí do ar.

No primeiro dia sem você,
Por 24 horas eu chorei.

No primeiro mês sem você,
Por 30 dias só pensei.

No primeiro ano sem você,
Por 365 dias apenas lembrei.

Achei que ia morrer,
Talvez desmaiar...
Me afoguei em lágrimas,
Pensamento fixo
Em lembranças boas...

No início sofri,
Depois me acostumei
Com essa ausência presente
Ou presença ausente,
Nem sei.

Você está sempre comigo,
Como minha sombra,
Que de noite me envolve
E de dia me acompanha.

A saudade me faz companhia...
Que imenso vazio seria,
Se não existisse
Esse lembrar de você?