quarta-feira, 5 de junho de 2013

Setembro


É quase primavera.
Eu tenho tanta coisa pra dizer...
Coisas minhas, coisas lindas,
Que eu guardo comigo há tempos
E andam adormecidas.
Falta um estímulo,
Um carinho, um sorriso, uma atenção.
Cartas que não chegam,
O telefone que não toca,
Surpresas que nunca me acontecem.
Eu precisava desabafar,
Botar pra fora todo o amargo
E deixar fluir o doce
Que é realmente a minha essência.
Eu ando tão triste.
Eu ando sempre tão triste
Que chego a achar natural
Tanto sofrimento.
Como se chorar e sofrer
Fosse meu estado habitual
E não é !!!
Eu tencionava escrever uma carta-poema,
Deixar cair gotas de poesia,
Botar segredos nas entrelinhas,
Derramar toda espécie de alegria
E te emocionar.
Mas, não pude.
Tudo culpa do amor.
Todo romance oferece perigo
Se começamos a gostar.
Eu ando triste é comigo,
Por dentro mudei de cor,
Estava tudo tão bonito, tudo azul...
De repente, cinza, negro, marrom.
Agora, é questão de tempo.
Logo eu me recupero.
É só arrumar um novo amor
Pra curar essa ferida
E abrir outras,
Pra matar essa saudade
E deixar outra.

Que ironia,
É primavera quase...

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