terça-feira, 19 de janeiro de 2010
São Luís
Cidade antiga
Pedras e mais pedras
Amontoadas pelas ruas
Assim como meus sentimentos
Largados, destroçados.
Eu perdida na cidade
Dos azulejos e casarões.
Ando em busca de mais luz,
Necessito de paz,
Já que exigir amor
Seria covardia.
Na noite da cidade a lua clareia
O moderno e o antigo indistintamente.
Cria sombras
E eu sou apenas mais uma.
Emoções me invadem
E apesar de serem muitas
Não defino nenhuma.
Estou só.
Continuo só.
Tropeçando...
Eu tenho medo do escuro!!!
Por quanto tempo andarei por essas ruas antigas?
Quantas pedras encontrarei no caminho?
Quantas vezes ainda cairei,
Mesmo quando não houver mais pedras?
Azulejos e casarões
Pedras e sombras
Numa construção
Tão concreta e abstrata
Tão real e absurda.
Sombras, que eu temo que me absorvam.
Pedra, que eu tenho medo de me tornar.
Eu tenho medo do futuro!!!
Depois, tudo é nada.
Depois, nada vem.
O tempo não pára, não volta,
Os sonhos não vêm.
Entao, para quê lutar, resistir?
Para quê continuar erguendo pedras
Se o mundo já anda tão cheio de sombras?
(Década de 80)
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