Durante as noites no meu leito,
Busquei aquele que me coração ama.
Procurei-o sem o encontrar.
Vou levantar-me, percorrer a cidade, as ruas e as praças
Em busca daquele que meu coração ama.
Procurarei até o encontrar.
- Mostra-me teu rosto!
- Faz-me ouvir a tua voz!
Pois tua voz é doce e delicados são teus traços e educados teus gestos.
Teu nome é como um perfume derramado...
Tuas carícias inebriam mais que o vinho.
Tua boca é cheia de doçura.
Tudo em ti é encanto.
Quanta razão há em te amar!
- Quem é esse que surge como a aurora?
Belo como a lua, brilhante como o sol.
(me acho presa em seus braços...)
- Me leva onde se beba vinho em sinal do amor.
- Brindemos!
Eu sou do meu amado e meu amado é meu, e
Aos seus olhos sou sempre fonte de alegria.
- Desvia de mim os teus olhos porque eles me fascinam.
Eu sou para o meu amado o objeto dos seus desejos.
Queria poder beijá-lo em público sem que ninguém nos censurasse.
- Levanta-te, meu amigo, vem meu adorado.
- Eis que o inverno passou, cessaram e desapareceram as chuvas.
- Apareceram flores na nossa terra, voltou o tempo das canções.
- Levanta-te, meu amado e vem.
As torrentes não poderiam extinguir o amor, nem os rios o poderiam submergir.
Se alguém desse toda a riqueza em troca do amor, só obteria desprezo:
O amor não se vende!
- Então, põe-me como um selo, lacrando o teu coração,
Porque O AMOR É FORTE COMO A MORTE,
E a paixão que sinto é violenta...
(sobre o Cântico dos Cânticos de Salomão)
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