quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Mãos


Imagino as mãos de menino
Descobrindo o mundo,
Tateando,
Brincando,
Aprendendo.
E as mãos de adolescente,
Descobrindo “outros mundos”,
Buscando sonhos,
Fazendo planos,
Crescendo.
Penso nas mãos do rapaz apaixonado,
Às vezes tímidas e inseguras,
Outras afoitas e aflitas,
Que avançaram e recuaram,
E que de mãos em mãos,
Abraços em abraços,
Escolheram a preferida.
E tiveram seu Grande Dia
De união com a escolhida,
Com mãos suadas e frias...
Percorreram o corpo da amada
No início com recato
Até adquirir maestria.
Com o tempo vieram os filhos.
E essas mesmas mãos
Embalaram os meninos,
Deram colo, carinho,
Quando preciso, correção.
As mãos estudaram, trabalharam
Puseram na mesa, a cada dia, o pão.
Eu me pergunto, durante toda a vida:
- Quantas vezes essas mãos juntas em oração pediram força?
- Quantas vezes deram e buscaram carinho?
- Quantas vezes colocaram no papel o que havia no peito?
- Quantas vezes cobriram o rosto no choro sozinho?
Mãos carinhosas e carentes
Calejadas e persistentes.
E que no futuro, mesmo senis,
Não deixarei de amar,
Porque são as TUAS.

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