terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Definitivo


Ainda não havia amanhecido
Quando ela acordou de repente.
Não conseguiu mais dormir,
O rio não lhe saía da cabeça...
Pensou na sua vida,
Na rotina de todo dia,
Nos sonhos que abriu mão,
Nos planos que não deram certo,
No amor impossível...
Pensou no rio.
Lembrou dos pais, dos irmãos,
Dos amigos...
A idéia fixa, o rio.
O rio sempre o rio.
Que segue seu curso indifierente a tudo.
E ela resolveu sair.
Olhou com ar de despedida,
A vida que deixava.
O marido, olhou com carinho,
Os filhos, com ternura
E por pouco não desistiu...
Saiu como estava
De camisola e descalça.
Andou pelas ruas escuras, desertas
Fez o percurso de todos os dias
Sem pressa...
Na mente o rio que não pára...
Reencontrá-lo deu a paz que esperava.
E mergulhou no rio sem medo
Atrás da liberdade sonhada.
Águas queridas
Mergulho no adeus
Definitivo...

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